Diário, pensamentos e versos de uma sonhadora!

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Meio sei lá

 Têm fases da vida que merecem pausa

Têm fases que gritam agitação
Têm momentos que a alma pede calma
Têm dia que o coração pede trégua e
Que a mente demora a despertar
Têm medidas que merecem régua
Mas têm receitas que o sentimento vai guiar


Que em todos os instantes, decisões e eventos
O corpo peça, uma vez pelo menos,
Lamento e sorriso; peça abrigo e muitos abraços,
Quem sabe o vazio do silêncio e as estrelas pra contar


No entanto, há dias que nada resolve nada funciona
Nada anda ou faz parar
Esses dias eu chamo de sei lá
Esses dias eu sento e escrevo, olho tudo, falo nada
E choro para me encontrar

 (Sarah Cavalcante Barbosa)
De 2004

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Te preciso

Eu te carreguei como uma corrente pelo meu dia. 

Sufocada da tua ausência. Esperando ouvir no barulho do ar tuas palavras. 

Que doces e cortantes envenenam o meu ouvido. 

Com luxúria e amor.

Nessa tua voz rouca e sensual

Contemplando o meu corpo com teus olhos turvos.


Ah! Eu queria estar pesada sobre você.

Te fazer sentir esse peso que eu sinto por ter-me capturado a alma.

Mas tuas asas não foram feitas para serem aprisionadas. 

Só me promete voltar, amor.

Promete nunca esquecer de fazer-me sentir tão única.

Como as musas dos poetas.

Digna de toda aclamação e glória.

Diz pra mim que vai sentir minhas unhas cravando o peito de outro alguém e sentir-se traído.

Sei que tu não sente assim como não sinto-me sua dona.

Mas hoje, com essas correntes a se enrolar nas minhas pernas, 

correntes da lembrança recente de rolar nos teus lençóis,

Está difícil, amor. 

Difícil não querer ser sua. 

Só sua e de mais ninguém. 

Sinto-me drogada por ti, não quero a cura do teu veneno, 

prefiro morrer a não sentir que você queima em mim

Correndo pelas minhas veias, arrancando em cada gota do meu sangue o desejo de vida que há em mim.

Eu te preciso

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Liberdade

 Da liberdade profunda que se refugiou no meu ventre

Quando eu não quis preservá-la no coração,

Derramou-se o gozo pelo perverso.

Pelos desejos ocultos dos teus sussurros e mistérios,

Entre a dor e a loucura,

Transpirei através dos poros fragilizados 

Com o nosso atrito incontrolável.


E como uma nuvem pesada, cinza e trovejante uma hora 

Haveria de esvair-se por toda a cidade,

Esvaziei-me, virei neblina, evaporando despudor

Pelo calor dos teus braços.